Festa quase sem público, a 2ª edição da feira de literatura de Alagoinhas foi realizada entre os dias 23 e 27 de novembro de 2022 no Mercado de Artesão. Durante cinco dias, o que se via era muitas cadeiras vazais, poucos espaços ocupados e um pequeno número de pessoas que havia se disposto a acompanhar de perto o evento. Organizado pela SECET – Secretaria da Cultura, Esporte e Turismo do município, que fica localizado na Região do Litoral Norte e Agreste Baiano, a cerca de 110 km de distância da capital baiana, não obteve o êxito esperado por sua organização.
Explicando a quase ausência de público
Grande parte das festas literárias que ocorrem na Bahia, a exemplo das realizadas em Canudos, Payaia, Cachoeira-Flica, Flipelô têm casa cheia, porém em nenhuma das duas edições ocorridas em Alagoinhas foi conseguido sucesso! A falha da SECET que tem a sua frente a secretária Iraci Gama é clara! Não há dialogo, negociação entre entidades e instituições convidadas a participar, ou seja, as decisões são tomadas pela referida secretária, sem se quer ouvir aqueles que realmente teriam interesse em participar. Basta percebermos que feiras literárias que têm sucesso de público, são aquelas que têm sob sua organização a iniciativa privada, empresas particulares que ficam a frente de tudo, pois só assim as coisas funcionam! Tomemos a FLICA Feira de Literatura de Cachoeira. Lá, tudo é organizado por uma empresa contratada exclusivamente para essa finalidade. Em Alagoinhas, não senta para negociar, as decisões ficam a cargo de uma secretária que não te competência para gerir os recursos de um evento desse porte.
O vexame se torna ainda mais evidente quando vimos que tudo é decidido de última hora, não há os preparativos necessários que deveriam ser feitos, com no mínimo um ano de antecedência. Não se cria uma comissão que venha cuidar especificamente de todo seu planejamento, aliás, sempre funciona assim! Os murmurinhos daqueles que participam, são de que tudo é mal organizado, feito às pressas, típico de uma gestão desgastada com o tempo.
A iniciativa privada organiza uma Bienal ou encontro literário com antecedência e convida o município para participar, nunca para organizar ou determinar o que deve ser feito.
Com a participação da Secretaria Municipal da Educação e outros envolvidos indiretamente, mas, sem que eles participem de fato das negociações, programação, enfim de todo o processo da arrumação.
Se não fosse a presença da CASPAL – Casa do Poeta de Alagoinhas, haveria um vazio maior ainda.
Os palestrantes brilharam em suas falas, esses sim, salvaram a lavoura! As presenças dos escritores Décio Torres da Academia de Letras da Bahia, Antônio Torres da Academia Brasileira de Letras, e dos professores universitários Ednaldo Soares e Jorge Damasceno conseguiram cativar o público presente. Os escritores, poetas e poetisas ligados a CASPAL cumpriram muito bem o seu papel.
A organização da FLIA precisa passar por uma faxina urgente! Caso contrário as próximas edições da festa está fadada ao fracasso.
Poucos prestigiaram a 2ª FLIA. Até o espaço utilizado para um evento desse porte não é o ideal.
Ademais, não se podem trazer grandes nomes da literatura brasileira para participarem de uma festa com a presença de meia dúzia de pessoas para assistirem palestras. Nem a divulgação funcionou, pois boa parte da população da cidade nem sequer sabia que tinha ocorrido essa festa!.
Sem dúvida, a organização foi pífia!