O Brasil registrou, até o final de agosto, ao menos 197 crianças e adolescentes com uma nova doença que pode estar associada à Covid-19: a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica. A Bahia possui 11 casos e 1 morte.
De acordo com o Portal R7, o Ministério da Saúde informou que 140 eram crianças com menos de 10 anos. A complicação pode ter causado 14 óbitos de pessoas com idades entre 0 e 19 anos, entre os meses de maio e agosto de 2020.
O estado com mais notificações da síndrome é o Ceará, com 41. Na sequência, aparecem Pará (24), Rio de Janeiro (22), Distrito Federal (19), São Paulo (19), Pernambuco (16), Bahia (11), Alagoas (9), Rio Grande do Norte (9), Rio Grande do Sul (9), Espírito Santo (8), Paraíba (6) e Minas Gerais (5),
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já emitiu um alerta geral para os pediatras se atentarem à nova síndrome. Ela teve início na Europa, em abril deste ano. Os sintomas incluem febre persistente, pressão baixa, conjutivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e diversos outros, que podem variar de acordo com o paciente.
Também houve registros de problemas respiratórios, disfunção cardíaca e grande atividade anti-inflamatória do organismo. O diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Antônio Rodrigues Braga Neto, falou sobre o tema na semana passada.
“É uma doença nova, muito recente. O que temos que garantir é a capilaridade das informações. [Garantir] que uma criança que chegue à atenção primária com febre há três dias e algum dos outros sintomas, como náusea, cefaleia ou conjuntivite, e que apresente alterações laboratoriais tendo a sepse sido excluída seja encaminhada para uma atenção especializada", afirmou.
Segundo a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janini Ginani, a maioria das crianças e adolescentes que contraem a síndrome é do sexo masculino, com idades entre 0 e 9 anos e sem doenças crônicas pré-existentes.
“Temos visto uma dificuldade com relação à discriminação desses casos. O que, possivelmente, é uma sepse sendo notificada como uma Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Estamos tentando separar essas causalidades; aprimorar a vigilância para entender como essa síndrome tem se desenvolvido no país, qualificando também a vigilância e [o registro] de óbitos", destacou ela.
Apesar de ainda ser um número baixo de casos da Síndrome, 87% das crianças internadas em UTIs testaram positivo para a Covid-19 e, dessas, 13% tiveram algum quadro clínico relacionado à doença.